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os sentimentos que deveriam se dissipar

  • Foto do escritor: Stuart
    Stuart
  • 13 de mai. de 2023
  • 1 min de leitura

Essa noite eu sento com meus sentimentos.

Decido que devemos jantar,

conversar um pouco,

quem sabe nos entendemos.


Preciso ouvi-los,

talvez assim eles se comportem mais.


O primeiro a falar, impaciente,

é a ansiedade.

Ligeira em se atropelar,

tropeça em suas meias palavras.

Sempre incerta, insegura.

O que consegue dizer é que

se sente insuficiente

diante de todos os outros

sentimentos

a olhando fixamente.


Não sei como tranquilizar nada disso,

minhas mãos já tremem e minha respiração,

descompassada,

é difícil de regular.

Peço um próximo voluntário,

me abstendo de dizer qualquer coisa.


Logo se levanta, vaidoso,

o ciúmes.

Dizem que é verde, mas o vejo

como a cor mais feia e inominável.

Suja todo o ambiente, vomitando inverdades.

Ele manipula as incertezas da ansiedade

e a convence que, com certeza,

havendo outros,

hão de preferir os outros.

Por que lá estariam se não fosse verdade?


Sinto o refluxo de palavras

aflorando no céu da boca.

Foda é sentir que é verdade.

Talvez eu quisesse ser qualquer um

diferente de mim,

por isso o ciúmes me domina tanto.


Em seguida, obviamente,

a raiva grita.

Tudo inteligível.

Se juntou, então, com o ciúmes.

E a ansiedade falava sozinha, segurando a mão

... da tristeza?

Parecia um complô.


Respirei fundo.

Convoquei a calma.

Clamei pela felicidade.

Chorei pela paciência.

Mas em vão.

Nada mais alto, ensurdecedor,

que um bando de sentimentos negativos

reunidos em uma sala.


Encerro-me, portanto,

em mim mesma.

Nada mais a declarar.

 
 
 

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