Leituras (atrasadas) de Abril&Maio
- Stuart

- 22 de jun. de 2019
- 7 min de leitura
Atrasadíssima estou aqui parada finalmente tentando lembrar quais foram as leituras dos últimos meses e nem foram tantas - infelizmente - e ando me sentindo culpada (mas, on a side note, terminei a tale of two cities semana passada e, poxa, vitória pessoal). Colocando a culpa de lado, aproveitei muito os últimos meses para procurar umas leituras diferentes e acabei voltando para autores que eu já tinha lido ou procurando livros para ver adaptações. Enfim, consegui ler um livro por semana o que já é algo, mesmo que não seja grandioso. E, o melhor, todos os livros que eu li realmente gostei de ler, por isso estamos (eu estou, na verdade) feliz.
Em Abril, na verdade, eu tive um pouco de relação temática com Romeu e Julieta (já falamos sobre isso no post anterior a esse), então vou mostrar para vocês os dois outros livros que eu li:

Esse é meu segundo livro do Hugo Mãe aí, e adoro o jeito que ele escreve. A escrita dele flui facilmente e torna a história mais prazerosa de ler e de compreender.
A história desse livro me deixou incrivelmente triste por diversos motivos, começando pelo início. O livro começa com o personagem principal, o Silva, no hospital esperando sua mulher - que acaba morrendo. É a partir da morte da mulher dele que começa a história de verdade: a ode de um homem mandado para o asilo. Primeiro que é o absurdo maior o modo como ele é apenas levado até um lar de idosos pelos seus filhos, já que agora não tem mais sua companheira, como se a vida dele não pertencesse mais à ele, sabe? É essa a maior reflexão: como a gente esquece que as pessoas ficam velhas e quando elas ficam velhas, elas não perdem nada de si, continuam sendo pessoas com gostos, vontades, paixões, desejos, alegrias, tristezas e muitas histórias. Esse livro mistura críticas ao governo ditatorial de Portugal, críticas a como tratamos as pessoas idosas e as invalidamos, além de causos do dia-a-dia dos habitantes do lar Feliz Idade com os melhores personagens do mundo - incluindo o homem que inspirou Pessoa a escrever Tabacaria: Esteves, o homem sem metafísica. Recomendadíssimo esse livro e de brinde é leitura obrigatória UFRGS (!!).

Eu não sei se vocês sabiam, mas esse livro é tipo uma fanfic de Jane Eyre, então não tem como eu (boa amante de Jane Eyre) não ter amado. Mas, falando sério, esse livro foi escrito mais ou menos 100 anos depois de Jane Eyre, o que muda toda a perspectiva sobre a história e, mais ainda, a pessoa que conta a história é diferente.
Nesse livro encontramos a história de Bertha, a mulher secreta do Rochester que vive no sótão. Só que agora ela ganhou um nome, Antoinette, ganhou uma família e um passado e razões várias para ter ficado "mad". E, também, aqui aprendemos que nunca devemos confiar em homens que dizem que sua ex é louca. Nunca, ok?
Antoinette é uma jovem caribenha, nascida na Jamaica, de mãe também caribenha e pai de origem desconhecida (provavelmente inglês). Ela tem uma infância difícil, é solitária, não é amada pela sua mãe, não tem amigos, não tem nada. Enfrenta problemas de identidade, por ser uma crioula (mestiça, de descendência inglesa/francesa), que não é aceita pelos outros brancos da região - porque é pobre - e não ser aceita pelos negros da região - porque é filha de um ex-dono de escravos. Toda a história é extremamente trágica e a relação dela com "o marido" (que não tem nome, então não temos o nome real de Rochester) começa ruim e termina em loucura. É um livro bem confuso, tumultuado, várias ideias corridas ao longo do texto, mas é também uma história envolvente, principalmente se você leu Jane Eyre e ficou se perguntando qualé que era da mulher do sótão. Recomendadíssimo também!
Agora vamos partir para Maio!

O primeiro livro que li foi, adivinhem, de uma das irmãs Brontë. A esse ponto da minha vida eu bem que poderia ganhar um patrocínio de tanto que falo dessa família.
Mas vamos para o que interessa: eu não dava muito crédito para a pobre da Anne, porque ela era a moça apagadinha da família e nunca se vê falar das obras que ela escreveu. Então, como eu já tinha lido as duas outras irmãs, resolvi dar uma chance para a bela. E, olha, até que gostei.
Sendo 100% honesta, esse livro precisa ter um bocadinho de paciência para conseguir andar na história, porque é uma história de uma governess, ao contrário de Jane, não tem muitas aspirações ou revoltas dentro de si. Ela só quer ganhar seu dinheiro e seguir sua vidinha, ajudar sua família no que puder e ser uma moça respeitada. Ela acaba tendo vários problemas como governess e não é lá grande coisa na profissão. A história é rápida de ler porque na história em si não se tem muito. Fica emocionante quando ela conhece o pastor da região e acaba se interessando por ele (spoiler alert: o final termina bem). Um livro tranquilo de ler, mas que talvez muitos vão achar um tanto entediantes. Mesmo assim, recomendo como leitura de "desopilação" da vida.

O segundo livro é também da Anne. E esse livro é excelente. Eu nem tenho palavras para descrever o quanto eu amei esse livro porque eu mesma fiquei meio confusa com o tanto que eu amei.
É engraçado porque o livro começa do ponto de vista de um homem e ele é um narrador um tanto quanto interessante, porque eu não consegui entender se eu gostei ou não dele, mas o legal do livro é que os capítulos são cartas que ele escreve para um receptor desconhecido, e ele se abre sobre seus sentimentos e revela sua opinião sobre as pessoas da vila em que ele vive. E, mais especificamente, sobre a nova moradora misteriosa que veio morar lá.
Mais adiante na história a gente consegue saber do ponto de vista dessa mulher misteriosa porque o nosso narrador ganha dela um pequeno livrinho que descobrimos ser o seu diário. A partir desse "presente", nós entramos de cabeça na narrativa de Mrs. Graham e descobrimos toda a sua trajetória até ela se mudar para a pequena vila. Esse livro trouxe muitas surpresas porque ele é muito revolucionário e traz muito o apelo que Jane Eyre tem, por isso eu amei demais a leitura, apesar de ser bem mais longa do que o Agnes Grey. Eu recomendo pra quem já leu Charlotte Brontë ou a Emily Brontë, ou mesmo pra quem não quer iniciar "as Brontës" com os livros mais conhecidos. É uma leitura leve, divertida e também um tanto quanto triste (em algumas partes, mas juro que o final é incrível).

Não achei que eu ia ler outro livro desse autor, mas aqui estou eu para falar de mais um livro de Federico Moccia (mas esse eu, de fato, li o primeiro livro). Talvez por eu ter começado com o primeiro livro, ao contrário do anterior que eu comecei pelo segundo (?), esse livro me surpreendeu muito - de todas as formas possíveis.
A história é divertida, apaixonante, você se interessa pelos personagens, tem vontade de bater neles, tem vontade de amar eles, tem vontade de absolutamente tudo. Nesse livro, como o outro que eu li, tem essa pegada de contar de mais de um ponto de vista, o que eu acho incrível porque dá outra cor para a história.
Falando, então, da história em si: é um romance de adolescentes. Até aí, ok. Mas não é apenas um romance de adolescentes, também trata sobre diferenças sociais, sobre querermos sempre seguir um determinado padrão, sobre termos vontade de estarmos dentro dos termos dos nossos pais ao mesmo tempo que queremos nos rebelar de todas as regras, sobre se tornar adolescente e sair da adolescência, sobre primeiros amores e outras primeiras vezes (nem todas positivas), enfim, um livro que bate bem pra gente que é jovem e ainda tá vendo todas as coisas pelas quais passou e processando tudo. Eu queria dizer que o final me deixou muito feliz, mas não posso. Sem spoiler nem nada, eu mandei mensagem pra minha amiga chorando e foi muito engraçado. Eu recomendo super até porque descobri que tem continuação, então há esperança! Talvez se você for meio doido que nem eu, pode até começar pelo segundo que aí é sucesso na certa.

Quem está vendo a série: por favor leia o livro, eu imploro!
Agora, vamos falar sobre esse livro perfeito. Eu resolvi ler porque vi uma entrevista com a Reese Witherspoon e eu simplesmente amo essa mulher. Enfim, ela estava falando sobre como a segunda temporada de Big Little Lies ia ser incrível etc etc e eu me peguei pensando "eu sei que não estou de férias, mas chegou a hora de ver uma série nova". Mas claro que, como é uma adaptação, eu não poderia deixar de dar o devido crédito para o livro em primeiro plano e foi o que eu fiz.
O livro é interessantíssimo, envolvente, também tem essa pegada de diferentes pontos de vista e você fica o tempo todo muito ansioso para saber quem morreu e quem matou (e internamente desejando que seja alguma pessoa que você não gosta). A história é uma surpresa atrás da outras, as personagens são intrincadas e cheias de problemas, o enredo é muito doido e você fica muito intrigada em como a autora pensou em todas essas coisas e detalhes. Eu nem sei dizer nada sem estragar a história, mas quem vê a série: o livro é bem melhor, e nem é quanto à história e sim quanto aos personagens, porque - gente - eu não brinco quando eu falo que eu não suporto a Madeline da série. Recomendo dar uma chance para o livro e se tiver preguiça de ler, tudo bem, porque o mundo é das adaptações hoje em dia e a série está muito boa, com atrizes fodas demais, então vão fundo na leitura que vocês quiserem fazer!
Esses favoritos veio tarde mas eu não brinco quando falo que meu mês de Maio foi uma loucurada e esse Junho não está diferente - e eu simplesmente me esqueço desse lugarzinho que tenho para dividir minhas leituras. Espero conseguir colocar mais leituras em prática quando chegar as férias, inclusive procuro recomendações de tudo quanto é leitura pra eu fazer (pois afinal, estou terminando de ver Gilmore Girls pela oitava vez), portanto: podem me inundar de sugestões que eu aprecio um monte!
Até a próxima!





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